terça-feira, 13 de outubro de 2009

Consagração Religiosa: Silvia Neide


       Nós da Fraternidade Esperança estamos muito felizes, por participar desse momento especial para a vida de Silvia Neide, e de toda a comunidade que a acolhe! Durante alguns anos, Silvia fez sua experiência de formação na cidade de Nova Russas, no estado do Ceará. Optando por um estilo de vida simples e sóbrio, assim como o nosso Projeto de Vida mesmo afirma.
        A consagração religiosa de Silvia Neide, acontecerá na Igreja Matriz da cidade de Novo Oriente, no Ceará, sua terra natal. No dia 24 de outubro de 2009, a partir das 19 h.

        A consagração religiosa é o seguimento evangélico de Cristo. Ele chama pessoalmente a uma vocação, chama a viver como Ele, tornando-nos assim participantes da sua missão evangelizadora. A Consagração não é uma iniciativa humana mas divina onde o Consagrado assume na sua vida a vida de Cristo, os seus riscos e esperanças, as suas preocupações e o seu projecto existencial, as suas atitudes vitais e essenciais. Trata-se de uma plena transfiguração com Cristo, pobre, obediente e casto.

         O Consagrado entrega-se a Deus em liberdade total. Como Paulo sente que já não é ele que vive mas Cristo que vive em si e por seu intermédio actua para salvação de todos. Consagrar a Deus a nossa liberdade e toda a nossa capacidade de amar, não se trata de uma negação de nós mesmos. Trata-se outro sim da afirmação plena dos valores humanos que são dom de Deus e que lhe entregamos. Converter a nossa liberdade de Consagrados e o nosso amor em entrega total a Deus é deixar-se possuir pelo Seu amor infinito e isto não nos tira a liberdade, devolve-a de forma suprema tornando-nos mais livres para amar na medida em que Deus cria e fortalece essa mesma liberdade.
         Estamos, então, juntas nessa caminhada de firmar sempre mais o nosso compromisso com o Bem Amado Jesus. Que possamos escutar com intensidade a sua voz e não esmorecer diante dos obstáculos que nos vão aparecendo!
         Confiamos em Nossa Senhora da Esperança, mãe e guia dos consagrados e consagradas!
         Contamos com suas fervorosas orações!

         E, como o tema escolhido por Silvia, afirma: "Eis aqui a serva do Senhor!" (Lc 1,38), que possamos nos dispor a seguir o chamado de Deus, em especial na vida consagrada!

Maria, ensina-nos a viver o nosso SIM!


terça-feira, 6 de outubro de 2009



  A missão do Cristão

     Deus sempre chamou operários para a missão, seja no Antigo Testamento para preparar, anunciar e conduzir Seu povo para a vinda de Jesus como também chamou e chama pessoa para a missão de anunciar o Reino de Deus. Anunciar Jesus as nações. Não somente anunciar, mas levar o povo a acreditar no anuncio e viver esta maravilha. 

     Porém, podemos observar através das escrituras que aqueles que foram chamados à missão, isto é, ao anuncio, primeiramente se colocaram diante de Deus, de Jesus sua pequenez. Reconhecem em primeiro lugar que não são dignos da missão por se sentirem pecadores. No entanto, mesmo com este reconhecimento da fragilidade humana, não resistem ao apelo de Deus. Através do chamado Deus purifica o coração e dá a Sabedoria Divina àqueles que aceitam este desafio. 

     Quando falamos em humildade podemos observar a atitude de Paulo, que se coloca como indigno de anunciar o evangelho, nem mesmo considerando-se um apostolo, no entanto, diz que é pela graça que foi chamado e assume inteiramente a missão. 

     Todos somos chamados para anunciar o Reino de Deus. Todos somos indignos desta missão, porém quando admitimos esta pequenez e nos dispomos usando as palavras de Maria “ faça-se em mim segundo a Tua vontade” e colocamos-nos a serviço, certamente também tornamos anunciadores do Reino de Deus. 

     É necessário que sejamos discípulos de Jesus. Ser discípulo é ser um aprendiz; é deixar-se aprender por Jesus e ser seu imitador. Como em todos os tempos, é sempre um grande desafio anunciar Jesus, e nos tempos de hoje não é diferente. Estamos vivendo um mundo que prega uma ideologia de morte; que tenta nos induzir a acreditar que a vida é relativa. Por um lado, temos Deus que nos fala uma coisa por meio das Escrituras, por outro, temos o mundo que fala o contrario, que procura de todas as formas mostrar outro conceito de vida. Temos um Deus que anuncia o valor da Vida, enquanto que o mundo prega a morte através do aborto, da eutanásia, das drogas. Temos um Deus que anuncia o amor ao próximo, no entanto, vemos através da corrupção, através de políticos que colocamos como representantes criando leis de morte. 

     Certamente, tudo o que vemos acontecer como as injustiças, a corrupção, a ideologia de morte ocorre porque Jesus ainda não foi anunciado, embora, muito falado. Ocorre devido a falta de operários para atender o apelo de Jesus e que assumem a missão de anunciá-lo, no entanto, preferem viver o comodismo da vida. Ocorre, devido ao homem não ouvir o chamado de Deus por estar muito envolvido com o mundo e preso a ele. 

     O mundo fascina o homem, e assim ele não consegue desprender-se dele. O homem não consegue enxergar sua dimensão Divina e se prende as coisas pequenas. Sendo assim, apenas alguns conseguem desprende-lo dele (mundo) quando passa por uma profunda experiência de Deus em sua vida. Esta experiência muitas vezes vem pelo gosto amargo da dor. 

     Finalizando, é importante que tenhamos a atitude de Pedro, de Paulo e de tantos outros profetas. Primeiramente, reconhecer a nossa pequenez; reconhecer que somos pecadores para que a partir daí, nos entregamos a Deus para que Ele nos de a Sabedoria Divina para sermos anunciadores do Seu Reino que também é nosso e assim, todos poderem de fato conhecer Jesus e serem transformados.


MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O DIA MISSIONÁRIO MUNDIAL DE 2009

"As nações caminharão à sua luz" (Ap 21, 24)

Neste domingo dedicado às missões, me dirijo sobretudo a vós, Irmãos no ministério episcopal e sacerdotal, e também aos irmãos e irmãs do Povo de Deus, a fim de vos exortar a reavivar em si a consciência do mandato missionário de Cristo para que "todos os povos se tornem seus discípulos" (Mt 28,19), seguindo as pegadas de São Paulo, o Apóstolo dos Gentios.
"As nações caminharão à sua luz" (Ap 21, 24). O objetivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos em seu caminhar na história rumo a Deus, pois Nele encontramos a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos, com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, sob a amável paternidade de Deus.
É nesta perspectiva que os discípulos de Cristo espalhados pelo mundo trabalham, se dedicam, gemem sob o peso dos sofrimentos e doam a vida. Reitero com veemência o que muitas vezes foi dito pelos meus Predecessores: a Igreja não age para ampliar o seu poder ou reforçar o seu domínio, mas para levar a todos Cristo, salvação do mundo. Pedimos somente de nos colocar a serviço da humanidade, sobretudo da daquela sofredora e marginalizada, porque acreditamos que "o compromisso de anunciar o Evangelho aos homens de nosso tempo... é sem dúvida alguma um serviço prestado à comunidade cristã, mas também a toda a humanidade"(Evangelii nuntiandi, 1), que "apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e de sua própria existência"(Redemptoris missio, 2).
1. Todos os Povos são chamados à salvação
Na verdade, a humanidade inteira tem a vocação radical de voltar à sua origem, que é Deus, somente no Qual ela encontrará a sua plenitude por meio da restauração de todas as coisas em Cristo. A dispersão, a multiplicidade, o conflito, a inimizade serão repacificadas e reconciliadas através do sangue da Cruz e reconduzidas à unidade.
O novo início já começou com a ressurreição e a exaltação de Cristo, que atrai a si todas as coisas, as renova, as tornam participantes da eterna glória de Deus. O futuro da nova criação brilha já em nosso mundo e acende, mesmo se em meio a contradições e sofrimentos, a nossa esperança por uma vida nova. A missão da Igreja é "contagiar" de esperança todos os povos. Por isto, Cristo chama, justifica, santifica e envia os seus discípulos para anunciar o Reino de Deus, a fim de que todas as nações se tornem Povo de Deus. É somente nesta missão que se compreende e se confirma o verdadeiro caminho histórico da humanidade. A missão universal deve se tornar uma constante fundamental na vida da Igreja. Anunciar o Evangelho deve ser para nós, como já dizia o apóstolo Paulo, um compromisso impreterível e primário.
2. Igreja peregrina
A Igreja Universal, sem confim e sem fronteiras, se sente responsável por anunciar o Evangelho a todos os povos (cfr. Evangelii nuntiandi, 53). Ela, germe de esperança por vocação, deve continuar o serviço de Cristo no mundo. A sua missão e o seu serviço não se limitam às necessidades materiais ou mesmo espirituais que se exaurem no âmbito da existência temporal, mas na salvação transcendente que se realiza no Reino de Deus. (cfr. Evangelii nuntiandi, 27). Este Reino, mesmo sendo em sua essência escatológico e não deste mundo (cfr. Jo 18,36), está também neste mundo e em sua história é força de justiça, paz, verdadeira liberdade e respeito pela dignidade de todo ser humano. A Igreja mira em transformar o mundo com a proclamação do Evangelho do amor, "que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir e... deste modo, fazer entrar a luz de Deus no mundo" (Deus caritas est, 39). Esta é a missão e o serviço que, também com esta Mensagem, chamo a participar todos os membros e instituições da Igreja.
3. Missio ad gentes
A missão da Igreja é chamar todos os povos à salvação realizada por Deus em seu Filho encarnado. É necessário, portanto, renovar o compromisso de anunciar o Evangelho, fermento de liberdade e progresso, fraternidade, união e paz (cfr. Ad gentes, 8). Desejo "novamente confirmar que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja"(Evangelii nuntiandi, 14), tarefa e missão que as vastas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Está em questão a salvação eterna das pessoas, o fim e a plenitude da história humana e do universo. Animados e inspirados pelo Apóstolo dos Gentios, devemos estar conscientes de que Deus tem um povo numeroso em todas as cidades percorridas também pelos apóstolos de hoje (cfr. At 18, 10). De fato, "a promessa é em favor de todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar "(At 2,39).
Toda a Igreja deve se empenhar na missio ad gentes, enquanto a soberania salvífica de Cristo não está plenamente realizada: "Agora, porém, ainda não vemos que tudo lhe esteja submisso"(Hb 2,8).
4. Chamados a evangelizar também por meio do martírio
Neste dia dedicado às missões, recordo na oração aqueles que fizeram de suas vidas uma exclusiva consagração ao trabalho de evangelização. Menciono em particular as Igrejas locais, os missionários e missionárias que testemunham e propagam o Reino de Deus em situações de perseguição, com formas de opressão que vão desde a discriminação social até a prisão, a tortura e a morte. Não são poucos aqueles que atualmente são levados à morte por causa de seu "Nome". É ainda de grande atualidade o que escreveu o meu venerado Predecessor Papa João Paulo II: "A comemoração jubilar descerrou-nos um cenário surpreendente, mostrando o nosso tempo particularmente rico de testemunhas, que souberam, ora dum modo ora doutro, viver o Evangelho em situações de hostilidade e perseguição até darem muitas vezes a prova suprema do sangue" (Novo millennio ineunte, 41).
A participação na missão de Cristo, de fato, destaca também a vida dos anunciadores do Evangelho, aos quais é reservado o mesmo destino de seu Mestre. "Lembrem-vos do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir a vós também " (Jo 15,20). A Igreja se coloca no mesmo caminho e passa por tudo aquilo que Cristo passou, porque não age baseando-se numa lógica humana ou com a força, mas seguindo o caminho da Cruz e se fazendo, em obediência filial ao Pai, testemunha e companheira de viagem desta humanidade.
Às Igrejas antigas como as de recente fundação, recordo que são colocadas pelo Senhor como sal da terra e luz do mundo, chamadas a irradiar Cristo, Luz do mundo, até os extremos confins da terra. A missio ad gentes deve ser a prioridade de seus planos pastorais.
Agradeço e encorajo as Pontifícias Obras Missionárias pelo indispensável trabalho a serviço da animação, formação missionária e ajuda econômica às jovens Igrejas. Por meio destas instituições pontifícias, se realiza de forma admirável a comunhão entre as Igrejas, com a troca de dons, na solicitude recíproca e na comum projetualidade missionária.
5. Conclusão
O impulso missionário sempre foi sinal de vitalidade de nossas Igrejas (cfr. Redemptoris missio, 2). É preciso, todavia, reafirmar que a evangelização é obra do Espírito, e que antes mesmo de ser ação, é testemunho e irradiação da luz de Cristo (cfr. Redemptoris missio, 26) através da Igreja local, que envia os seus missionários e missionárias para além de suas fronteiras. Rogo a todos os católicos para que peçam ao Espírito Santo que aumente na Igreja a paixão pela missão de proclamar o Reino de Deus e ajudar os missionários, as missionárias e as comunidades cristãs empenhadas nesta missão, muitas vezes em ambientes hostis de perseguição.
Ao mesmo tempo, convido todos a darem um sinal crível da comunhão entre as Igrejas, com uma ajuda econômica, especialmente neste período de crise que a humanidade está vivendo, a fim de colocar as jovens Igrejas em condições de iluminar as pessoas com o Evangelho da caridade.
Nos guie em nossa ação missionária a Virgem Maria, Estrela da Evangelização, que deu ao mundo Cristo, luz das nações, para que leve a salvação "até aos extremos da terra"(At 13,47).
A todos, a minha Bênção.
Cidade do Vaticano, 29 de junho de 2009
BENEDICTUS PP. XVI